Bullying, de onde vêm?
O bullying começa dentro das próprias famílias, daí em diante tudo se desdobra em delitos. Digamos, então, de uma forma esquemática que vivemos em um país em que a violência, o ódio, o preconceito, a discriminação, o racismo, a homofobia, a xenofobia e a perseguição são incentivadas, valorizadas e encorajadas, sobretudo, pelas pessoas que ocupam os cargos de alto escalão do governo, do judiciário e das instituições de poder privado. Um motivo de vergonha e humilhação para todos nós outros que combatemos e enfrentamos o mal, a injustiça e a perversidade.
Dentro desta perspectiva, o bullying é um fenômeno social que é produzido e alimentado nas próprias famílias, porque as distorções do caráter e da personalidade humana devem ser combatidos desde o berço, vez que o bullying não surge do nada, nem do acaso, nem espontaneamente, nem de forma natural. O bullying é ensinado. A título de exemplo, quando a criança reproduz cena de malcriação e a família acha bonitinho, divertido e dá risada, neste momento está alimentando a violência, a intolerância, a indisciplina e a crueldade na criança. Neste momento, a família está dizendo: - você deve ser ruim! Veja que o destino de uma criança sem educação é a criminalidade.
Em nossa sociedade, as pessoas mais comuns vítimas da prática do bullying são as pessoas tímidas, introspectivas, inseguras, com dificuldades de se comunicarem e construírem amizades, bem como aquelas pessoas que estão fora do padrão de beleza socialmente estabelecido, a exemplo, das pessoas gordas, baixinhas, dentuças, também os alvos mais comuns de ataques da prática do bullying são os homossexuais, as travestis, transgêneros, lésbicas, pessoas negras e pessoas deficientes.
A partir do momento em que o indivíduo não é educado com limites, não é ensinado a reconhecer a existência do outro, não é ensinado a ter os valores da empatia e alteridade, o indivíduo desenvolve posturas, comportamentos e condutas delinquentes, nisso escolhe pessoas consideradas fracas, vulneráveis e sem poder para exercerem o controle e domínio sobre elas através de agressões psicológicas, morais e físicas.
Dessa forma, o perfil daqueles que praticam o bullying é de gente excessivamente vaidosa, egocêntrica, egoísta, individualista, que sente prazer em usar a força e o poder para inferiorizar, diminuir e hostilizar os outros, bem como busca a admiração e reconhecimento do grupo o qual está inserido praticando violência e sofrimento às demais pessoas.
Infelizmente, este tipo de pessoa aprendeu a vencer competições e disputas praticando violência, como bullying, gritos, chiliques, socos e pontapés. É gente que não foi educada a respeitar os outros. Portanto, para quem não aprendeu a ser civilizado a lei e a justiça impõem limites e punição à dominação do mais forte ou dos valentões.
Fabiana Machado | Advogada| Professora | Escritora | Ideóloga de Projetos Sociais.
